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ARTIGOS

A Matemática e a formação de Pedagogas: a ausência de autores com formação Matemática em publicações para o 1º ciclo do Ensino Fundamental.

Autor: Dr. Afonso Martins Andrade[1]

O recorte feito em minha tese, intitulada, Ensino de matemática no 1º ciclo: representação, prática e formação de professoras[2], têm por objetivo destacar a revisão bibliográfica desenvolvida no âmbito das publicações oferecidas às professoras pedagogas para sua formação. Destacamos a relevância destas publicações, pois elas se fazem necessárias à reflexão e à produção de material instrucional e didático destinado ao ensino da Matemática nas séries iniciais do Ensino Fundamental e formação das pedagogas.
Apesar da relevância, os temas relacionados ao ensino de Matemática para as séries iniciais, como alfabetização matemática, têm sido tratados com desinteresse pela comunidade matemática, pois grande parte da produção acadêmica disponível tem autores formados em áreas diversas a Matemática.
O material consultado foi divulgado pela revista ZETETIKÉ[3] e é composto por teses e dissertações publicadas no Brasil entre 1971 e 2011 na área de Ensino e Educação Matemática, por instituições públicas e privadas. Essa pesquisa permitiu subsidiar as afirmações feitas pelo autor e relativas ao pequeno número de publicações de trabalhos e pesquisas feitos por matemáticos para o 1º ciclo do EF.
A pesquisa foi desenvolvida em duas etapas, na primeira, procuramos identificar a partir do título das publicações, aquelas que se dirigiam ao Ensino Fundamental de 1º Ciclo, tanto as voltadas para a formação como para o ensino de conceitos Matemáticos. Na segunda etapa, os autores destas obras tiveram seus nomes pesquisados na Plataforma Lattes[4] para a identificação de sua formação original.
Portanto, entre 1971 e 2011, a Revista ZETETIKÉ cadastrou um total de 2.709 publicações destinadas exclusivamente a Educação e Ensino de Matemática, do básico ao superior. Os dados foram divididos em dois blocos, de 1971 a 2001 (30 anos), das 712 publicações, 38 abordavam o EFI (5,3% das produções) e de 2002 a 2011 (10 anos), temos 1.997 publicações, das quais 50 eram relacionadas ao EFI (2,5% das produções). Tendo como critério a formação inicial dos autores, identificamos que das 88 publicações, 26 delas, ou 29,5%, foram escritas por autores com formação inicial em Matemática, representado 0,96% do total das 2709 publicações.
Portanto, nos últimos quarenta anos menos de 1% das publicações em Educação e Ensino de Matemática, escritas por matemáticos, foram dedicadas à formação de pedagogas, o que pode ser qualificado como insignificante do ponto de vista quantitativo, pois, qualitativamente, as obras não foram analisadas.





[1] ANDRADE, Afonso Martins, Doutor em Didática, Teorias de Ensino e Práticas Escolares, Educador do Programa de Formação de Professores da Faculdade de Educação da USP. 
[2] ANDRADE, Afonso Martins, Ensino de matemática no 1º ciclo: representação, prática e formação de professoras, São Paulo: FEUSP, Tese, 2015.
[3] ZETETIKÉ, UNICAMP, Faculdade de Educação, Círculo de Estudo, Memória e Pesquisa em Educação Matemática. Campinas, 2014
[4] A Plataforma Lattes representa a experiência do CNPq na integração de bases de dados de Currículos, de grupos de pesquisa e de instituições em um único Sistema de Informações. Sua dimensão atual se estende não só às ações de planejamento, gestão e operacionalização do fomento do CNPq, mas também, de outras agências de fomento federais e estaduais, de fundações estaduais de apoio à ciência e tecnologia, de instituições de ensino superior e dos institutos de pesquisa. Disponível em: http://lattes.cnpq.br/.




O Programa de Formação de Professores e o Clube de Matemática, Ciências e Geografia: um projeto para formação de professores.
Autor: Dr. Afonso Martins Andrade[1]

Este projeto tem por objetivo orientar a participação de educadores de matemática do Programa de Formação de Professores da FEUSP no Clube de Matemática, Ciências e Geografia[2]. As atividades do Clube estão distribuídas basicamente em 4 grupos e são desenvolvidas no decorrer do ano letivo, sendo:
1ª grupo: Preparação das atividades com graduandos (20 a 30 alunos da Pedagogia e Licenciatura);
2ª grupo: Orientação dos graduandos na aplicação das atividades desenvolvidas e acompanhamento dos educandos da Escola de Aplicação;
3ª grupo: Preparação e coordenação das reuniões de avaliação;
4ª grupo: Avaliação e revisão das atividades pedagógicas de ensino produzidas no Clube e sua publicação digital no LABMAT (LABEDUC[3]).
O Clube de Matemática é um projeto de estágio da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP) para alunos da Pedagogia e da Licenciatura em Matemática, Ciências e Geografia. Desenvolvido desde 1999 no Laboratório de Matemática, o Clube de Matemática consiste em um espaço em que os estagiários interagem entre eles e com educandos da Escola de Aplicação da FEUSP (50 a 60 alunos), no desenvolvimento de atividades orientadoras de ensino (Leontiev, 1978, 1983, 1988).
Desde 2010 o Clube de Matemática passou a acolher aos alunos e as disciplinas de Metodologia de Ensino de Ciências e Geografia. O principal objetivo deste projeto é criar no Laboratório de Matemática da FEUSP (LABMAT) um ambiente de discussão sobre questões de sala de aula e de pesquisa teórico/prática relacionada à educação destas três disciplinas de maneira disciplinar e interdisciplinar.
Em virtude da nova configuração do Clube, com a participação de outras metodologias, tornou-se essencial a criação de uma estrutura permanente passível de dar suporte às atividades de estágio que ali se realizam. Considerando o elevado número de atividades desenvolvidas nos semestres, em 2015 os docentes responsáveis (Dr. Manoel Oriosvaldo de Moura e Dr.ª Sonia Maria Vanzella Castellar) solicitaram um educador funcionário (área de Matemática) do Programa de Formação de Professores.
O trabalho desenvolvido no clube não se limita a organização das atividades pedagógicas produzidas pelos alunos. No decorrer do semestre o educador participa do processo de orientação e elaboração das atividades de Matemática, Ciências e Geografia, com o acompanhamento dos docentes responsáveis.
No ano de 2015 foi dado início ao processo de sistematização e catalogação de atividades produzidas no âmbito do clube, da mesma maneira que se busca “garimpar” as atividades produzidas em anos anteriores para posterior publicação no site do LABMAT (LABEDUC).
Em razão da nova estrutura, se busca alcançar as seguintes metas:
1)    Identificar os descritores de Matemática que não tem tido destaque entre os graduandos para a produção de atividades, no sentido de orientar o trabalho e permitir sua utilização.
2)    Elaborar um conjunto detalhado de descritores, para as áreas de Ciências e Geografia, capazes de subsidiar a elaboração de atividades pedagógicas para o 1º ciclo do EF em parceria com os respectivos docentes das áreas.
3)    Avaliar as atividades já catalogadas e iniciar o processo de revisão do material aprovado para publicação digital no LABMAT.


[1] ANDRADE, Afonso Martins, Doutor em Didática, Teorias de Ensino e Práticas Escolares, Educador do Programa de Formação de Professores da Faculdade de Educação da USP.


O Programa de Formação de Professores e a Pós-Graduação: estabelecendo pontes entre a Pós-Graduação e a Escola Pública.

Autores: Dr. Afonso Martins Andrade[1]
Mestrando Renato Melo Ribeiro[2]

O documento fundador do Programa de Formação de Professores da USP[3] estabelece como uma das atribuições da universidade a colaboração “com a escola na formação continuada de seus professores, na assessoria e elaboração de projetos e em outras possibilidades de atuação” (2004, p. 28). Para somar às ações já realizadas pela Universidade e estreitar o vínculo da Faculdade de Educação com as escolas que recebem os estagiários dessa Faculdade, os educadores do PFP/FEUSP, com apoio institucional das CoC Pedagogia e Licenciaturas, foi proposto o projeto Pós-Graduandos na Escola[4].
O Projeto busca estimular os pós-graduandos da Faculdade de Educação e do Interunidades a realizarem intervenções formativas nas escolas públicas que integram a lista de escolas para realização de estágios do PFP-FEUSP, contemplando temas de interesse da comunidade escolar. Oferecer às escolas públicas que compõem a lista de escolas atividades formativas desenvolvidas por estudantes de pós-graduação, na forma de palestras, oficinas, vivências, minicursos, entre outros formatos. Com temas diversos, de interesse das instituições públicas de educação básica, as atividades poderão ser direcionadas a diferentes segmentos da comunidade escolar (gestores, professores, estudantes ou comunidade externa), cabendo aos educadores do PFP-FEUSP o planejamento, organização e coordenação do Projeto.
O PFP-FEUSP oferece aos estudantes das licenciaturas uma lista de escolas para realização dos estágios curriculares. Essas escolas são visitadas regularmente por educadores que, na ocasião da visita, apresentam a organização dos estágios da Faculdade, levantam informações sobre a realização dos estágios na escola e identificam temas de interesse para o desenvolvimento de atividades junto à comunidade escolar.
As escolas indicam temas[5] a partir dos quais os educadores contatam docentes da FEUSP e verificam a possibilidade de realização de alguma atividade junto às unidades escolares. As atividades, apesar de fundamentais para a consolidação da relação da universidade com as escolas públicas, são insuficientes. Desta maneira, serão oferecidas às escolas propostas elaboradas e apresentadas pelos pós-graduandos como complementação do trabalho já oferecido. As atividades desenvolvidas pelos pós-graduandos serão referendadas pelos seus respectivos orientadores. Para o pós-graduando será uma oportunidade de desenvolvimento do currículo pessoal e da experiência junto aos professores e escolas públicas da rede.
Finalizada a fase de inscrições, recebemos 36 propostas de projetos atendendo aos mais variados temas, dentre eles: Política Educacional, Profissão Docente, Formação de Estudantes, Tecnologia – TIC, Diversidade, Educação Infantil, Educação Especial e Educação em Ciências. As propostas agora partem para um processo de organização e sistematização, a partir do envio de um projeto mais elaborado e sua posterior disponibilização junto às escolas.
Desta maneira, as escolas, a partir do 2º semestre de 2016, poderão escolher quais projetos querem ver aplicados e difundidos em suas unidades. Os projetos serão disponibilizados em uma plataforma digital no site do Programa de Formação de Professores da FEUSP.


[1] ANDRADE, Afonso Martins, Doutor em Didática, Teorias de Ensino e Práticas Escolares, Educador do Programa de Formação de Professores da Faculdade de Educação da USP. 
[2] RIBEIRO, Renato Melo, Mestrando em Estado, Sociedade e Educação, Educador do Programa de Formação de Professores da Faculdade de Educação da USP.
[3] PROGRAMA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA USP (2004). Disponível em: http://www4.fe.usp.br/programa-de-formacao-de-professores/apresentação. Acesso em: 20/05/2016.
[5] Alguns dos temas apontados: ensino de ciências no Ensino Fundamental I, Educação Infantil, construção de projetos educativos, gênero e diversidade, alfabetização, ludicidade no ensino de matemática, dentre outros.

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